Tem coisas na vida que acontecem pra nos questionarmos e
pensarmos que talvez exista um destino. Eu acho que você foi coisa do destino. Mesmo
que eu te detestasse no princípio e estivesse sempre na defensiva, dizendo que
a minha vida era ótima e que eu não tinha interesse e tempo mas você sabia que
eu não estava feliz. A minha vida era cinza e você chegou a colorindo de verde.
Você que era insuportável mas acolhia gatinhos, que era frio mas que queria
segurar mãos. Você tão seguro de si o tempo todo como se soubesse o tempo todo
o final dessa história e sim você ainda hoje age como se tivesse o controle nas mãos
ou talvez no olhar. Não sei se foi o seu olhar ou o seu sorriso, seus olhos
eram tão verdes e pareciam me encarar sem medo, sem pudor. Não vou ficar aqui
te descrevendo até porque morro de ciúmes de você e não quero ninguém nem te
imaginando, você é só meu. Achava-te frio o tempo todo mas sempre revia nossas
conversas e percebia seus gracejos e suas palavras doces depois. Eu te acho
arrogante mas lembro que foi você que cedeu primeiro, você disse aquelas três
palavras que eu tanto queria ouvir e depois disse elas no meu idioma, acho que
era pra garantir que eu havia entendido. Meu inglês pode estar enferrujado mas
elas me atingiram violentamente e depois quando você falou na minha língua o
significado delas se renovou. E agora aqui estou eu, escutando repetidamente a
sua voz por uma mensagem de celular e estou perdida, pairando, como você chama
isso mesmo? Daydreaming. É, estou como uma adolescente com seu primeiro amor e
ainda tentando me convencer que posso te largar a qualquer hora e dar um basta
nisso. Lembra quando você me afirmou que eu precisava de um homem como você na
minha vida? Eu te odiei quando você disse isso e sabe por quê? Porque é
verdade. Mas não é um como você, é só você. E você sabe disso e me tortura com
seu romantismo implícito, com suas carícias na bochecha, como se tivesse me
testando. Até aonde eu iria? E eu fui ao meu limite e nunca sozinha, você estava
lá pra me levantar depois de um momento difícil e por mais que esse seu inglês
estivesse carregado demais de um sotaque estranho que fazia soar como alemão,
eu te compreendia e você me compreendia e isso era tudo. É tudo. Eu sempre
odiei a cor verde, nunca usava nada verde mas seus olhos vieram mudar isso de
forma tão repentina. Eu amo verde baby porque onde eu vejo verde agora eu vejo
seus olhos.
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