9/27/2014

Hoje eu acordei e segui com a rotina. O dia estava ok, o clima com aquele céu pesado prestes a cair, o tempo úmido e abafado ao mesmo tempo que poderia fazer qualquer um querer gritar de desespero. Não a mim, estava acostumada. Chequei o telefone, você tinha respondido minha mensagem com um "Ok"; perguntei se tinha algo errado e você respondeu que não. Eu sabia que tinha, claro que tinha. O errado é que eu tava ali rastejando aos seus pés como sempre, prendendo a respiração a cada mensagem sua que chegava pelo menos três horas depois de eu ter enviado alguma coisa e as vezes a resposta não chegava. Eu não merecia que você se desse ao trabalho de me responder. Engoli mais um calmante e observei a tremedeira do corpo suavizar, nessas horas eu gostaria de ser fumante pois dizem que um cigarro resolve tudo. Acontece que eu não fumo, eu mal bebo e não tenho outra maneira de esquecer e fugir de você.
Mas hoje eu que sempre fiquei tão encolhida, tão escondida atrás de você, resolvi sair e deixar a chuva bater na minha pele, me assumir como ser humano e não como um enfeite que precisa ser cuidado. Era assim que você me via não é? Uma boneca enfeitando a sua estante, linda com os cabelos penteados e enfeitada de jóias porém morta e ao seu dispor, ao término da brincadeira era simples coloca-la de volta na estante e apenas lembrar-se dela quando a vontade de brincar batia de novo. Mas eu não quero mais brincar, não quando meus sentimentos estão em jogo. Eu ganhei vida e pulei fora da sua estante. Por mais que dentro de mim ainda existe aquele sentimento que me pede pra correr pra você, implorar pra ser cuidada novamente porque isso seria bem mais fácil, eu não vou ceder a isto. Não, a hora do recreio acabou e está na hora de ser responsável pela minha existência.

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